Vai demorar mais três meses, no mínimo, para que Rachel Sheherazade volte a emitir opiniões no SBT. Nos bastidores da emissora, é dado como certo que a jornalista terá novamente espaço para comentar no SBT Brasil somente a partir de outubro, depois das eleições. A própria Rachel admitiu ao Notícias da TV que não terá tão cedo de volta a liberdade editorial prometida em maio, quando renovou contrato com a rede de Sílvio Santos.
Com a decisão, o SBT evita pressão de políticos e principalmente do governo federal, que investe cerca de R$ 150 milhões em publicidade por ano na emissora. Em abril, após reclamações de Brasília, a rede decidiu proibir seus jornalistas de emitirem opiniões nos telejornais.
A volta das opiniões, além de um aumento substancial de salário, foi o que motivou Sheherazade a preterir o assédio da Band e renovar com o SBT por mais quatro anos, em maio. Segundo um alto executivo da emissora, os comentários no SBT Brasil retornariam durante a Copa do Mundo. Ela poderia falar sobre política, mas de forma genérica, sem se referir a candidatos.
Durante o Mundial, Rachel Sheherazade não teve de volta seu espaço de opinião, mas emitiu pequenos comentários após as reportagens, os chamados “cacos”. Depois da derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1, no dia 8, fuzilou sucintamente: “O circo terminou”.
Rachel Sheherazade revela que gostaria de opinar nas eleições, porém aguarda a decisão do SBT: "Gostaria de comentar sobre política e o processo eleitoral deste ano. Por enquanto, só me resta esperar que as janelas de opinião voltem ao telejornal, mas quem tem a palavra final, acredito, é o próprio Sílvio Santos".
O SBT informou que Rachel Sheherazade voltará a opinar, porém a data ainda não foi definida.
Em fevereiro, Sheherazade virou notícia após justificar no SBT Brasil a atitude de um grupo que acorrentou um suposto assaltante no Rio de Janeiro. "Adote um bandido". A opinião chocou entidades defensoras dos direitos humanos e partidos políticos, que acusaram a jornalista de fazer apologia à violência e exigiram a saída dela do telejornal. Dois dias depois, ela explicou no ar que condena a violência e a “justiça com as próprias mãos”.
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noticiasdatv.uol.com.br - Paulo Pacheco